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Musei Vaticani

  • Foto do escritor: Nayane Veiga
    Nayane Veiga
  • 3 de ago. de 2017
  • 7 min de leitura

Hoje vou levar vocês por um tour em endereço localizado no Viale Vaticano, 00165 Roma. Um lugar cheio de cultura, obras de arte e um valor histórico e artístico absurdamente alto. Ao final do post deixarei um link para que vocês possam fazer um passeio virtual dentro desse museu grandioso.

Os museus Vaticanos ficam dentro da cidade do Vaticano, que é também o menor país do mundo, com cerca de 44 hectares. Musei Vaticani é na verdade um aglomerado de entidades culturais da Santa Sé, que abrigam diversas, raras e valiosas antiguidades e obras de arte acumuladas durante séculos por diversos pontífices romanos. E vão muito além, os museus Vaticanos monitoram outros espaços pela cidade, como espaços específicos dentro de palácios, capelas e galerias, zelando por seus interesses.

O conceito moderno de museu surgiu com o Renascimento, porém desde de a Idade Média o papado vinha acumulando significativamente na antiga residência papal um acervo de obras de arte remetente ao Império Romano. Contendo peças como a Loba Capitolina (que representa a fundação de Roma, por Rômulo filho do deus da guerra Marte e está ligada também a lenda de Rômulo e Remo), a Estátua equestre de Marco Aurélio e partes fragmentadas de duas estátuas colossais de Constantino I.

Em 1503 o papa Júlio II criou no Vaticano um espaço chamado o Pátio do Belvedere, pra receber uma parte de sua coleção pessoal e algumas obras de arte descobertas recentemente em escavações, como a estátua de Apolo Belvedere (o deus grego). Porém, no período da contrarreforma, o papa Pio V dissipou a coleção do papa Júlio, preservando apenas as peças não pagãs e as demais foram transferidas para o Antiquarium do Capitólio, que mais tarde virou o Museu Capitolino, ou foram integradas a coleções privadas da nobreza italiana. O interesse por colecionar dos papas só voltou a dar as caras no século XVII, não só pelo valor estético das obras, mas também para documentar a história ancestral da própria igreja. Nessa época a Arqueologia estava se firmando, foram realizadas muitas escavações pela Itália e Roma se tornou o fluxo do comércio europeu.

A igreja tinha o privilégio de comprar a sua escolha, antes de qualquer outro colecionador, enquanto adquiria um terço das obras das escavações no Lácio (região onde Roma foi fundada), o papado buscava na nobreza a aquisição de peças complementares. O chamado colecionismo se tornou algo tão grande que os papas Clemente XIV e Pio IX na segunda metade do século criaram leis para impedir que as peças de antiguidade fossem evadidas da Itália, compraram coleções inteiras de nobres que faliram, colocaram uma grande equipe de restauração para recuperar as peças e reformaram partes do Vaticano para abrigar esse belo acervo, fundando assim o Museu Pio-Clementino, o núcleo inicial dos museus do Vaticano.

Mas como nem tudo é perfeito, em 1798 quando Napoleão invadiu Roma, muitas obras foram levadas a Paris, entre ela o Apolo Belvedere e o Laocoonte ( a representação de Laocoonte um sacerdote de Apolo e seus dois filhos sendo estrangulados por serpentes, após despertar a ira do deus), deixando assim desfalcado o acervo papal.

Pio VII foi atrás do prejuízo tomando posse de outras tantas peças, proibiu que antiguidades saíssem dos Estados Pontifícios, fundou o Museu Chiaramonti, o Braccio Nouvo e a Galeria Lapidaria para as lápides e epígrafes antigas. Conseguiu também trazer de volta alguns espólios tomados por Napoleão por intermédio do Inspetor de antiguidades que nomeou.

Gregório XVI continuando a história fundou o Museu Etrusco (1828), o Museu Egípcio (1839) e o Museu Gregoriano Profano de Latrão (1844), com obras romanas que não podiam ficar expostas no Vaticano por serem de origem pagã. Pio IX em 1854 ampliou e fez o Museu Pio-Cristão, com esculturas, sarcófagos e outros artefatos de caráter cristão.

O interesse aquisitivo foi mudando no decorrer dos séculos, e então no século XX foram criados também museus históricos, etnológicos e de arte moderna, a organização dos museus tomou um caráter requintado. Pio X em 1910 criou um Lapidário Hebreu. Uma Pinacoteca foi fundada por Pio XI, em 1926 ganhou também um Museu Missionário-Etnológico. Em 1973 uma Coleção de Arte Religiosa Moderna e Contemporânea foi criada, no mesmo ano surgiu o Museu Histórico do Vaticano, com retratos papais e a exposição de automóveis e carruagens. Nessa rota dos museus estão inclusos a Capela Sistina, as Salas de Rafael, os Palácios Vaticanos, Galeria de Candelabros, Galeria de Mapas, Apartamentos Borgia e Galeria de Tapeçarias.

Agora se me permitem vou levá-los por alguns desses espaços para deleitá-los com algumas dessas obras, andiamo!

MUSEO PIO-CLEMENTINO

Fundado em 1771, inicialmente abrigava obras Renascentistas, mas depois de reestruturada passou a receber obras gregas e romanas, possui 54 salas de exposição e as principais são:

  • Gabinete do Apoxiômenos (escadaria de Bramante e Atleta de Lisipo)

  • Pátio Octogonal (Laocoonte e seus filhos, Apolo Belvedere, cópia de Leocarés, Perseu de Canova)

  • Sala dos Animais (estátuas zoomórficas romana)

  • Galeria das Estátuas (abrigando muitas obras)

  • Sala das musas (Apolo e as Musas, o Torso Belvedere)

  • Sala Rotunda (Hércules Dourado)

  • Sala de Máscaras (Afrodite de Cnido)

  • Sala da Cruz Grega (Sarcófagos de Constâncio Cloro e Helena de Constantinopla)

MUSEO CHIARAMONTI

Pio VII fundou e deu nome a esse museu, sua coleção de estátuas, frisos e sarcófagos do século XIX. Possui mais de mil peças entre elas a estátua de Augusto de Prima Porta. Faz parte também do museu o Braccio Nuovo, com cópias de estátuas gregas e romanas, mosaicos no chão, entre outras obras. Existe também uma seção fechada para o público, onde apenas estudiosos com autorização especial podem entrar, é chamada de Galeria Lapidaria, com mais de 3000 inscrições e tabuletas, a maior do gênero em todo mundo.

MUSEO GREGORIANO ETRUSCO

Fundado em 1837, pra receber peças encontradas em uma sucessão de escavações em antigas cidades da Etrúria. Em suma, o acervo do Museu Etrusco possui peças datando do século IX a.C, com objetos em ouro e prata, cerâmicas e bronzes. Uma seção de vasos gregos e italiotas.

De todas as 22 salas que o Museu Etrusco possui, as mais importantes são:

  • Sala II (Afrescos com cenas da vida Moisés e Aarão, peças encontradas na necrópole de Sorbo)

  • Sala IV (Sarcófagos, urnas, relevos funerários, esculturas e inscrições)

  • Salas V e VI (coleção de terracotas votivas e a reconstituição de um recinto sagrado etrusco com estatuária, altares e oferendas votivas)

  • Salas VII e VIII (objetos de joalheria etrusca)

  • Sala IX (coleção dos Marqueses Guglielmi de Vulci, com cerca de 800 peças etruscas e gregas)

  • Sala XII (Decorada por Daniele da Volterra discípulo de Michelangelo, hoje acolhe a Coleção Falcioni, com diversas obras sem nenhum critério especifico, porém muito valiosas)

  • Sala XIV (dedicada ao Antiquarium Romanum, com obras antigas misturadas a coleções etruscas e italiotas.

  • Sala XVI (Abriga obras romanas encontradas dentro dos limites do Vaticano, com peças de tumbas incluído a do apóstolo Pedro)

  • Sala XVII e XVIII (detentoras de uma coleção de vasos gregos pintados)

  • Sala XXII (com vasos italiotas

MUSEO GREGORIANO EGÍPCIO

Este fundado em 1839, guarda monumentos e artefatos do antigo Egito encontrados em escavações na própria Itália e coleções privadas compradas no século XIX. O museu ocupa nove salas, um terraço e ala com peças, Sírias, Palestinas e da Mesopotâmia, dentre elas:

  • Sala I (com estelas, estátuas com hieróglifos e uma grande estátua de Ramsés II no seu trono)

  • Sala III (reconstrução do canopus e do serapeum da Villa Adriana)

  • Sala V (um importante grupo de estátuas é abrigado, entre elas a da rainha Tuia, a de Ptolomeu II e a rainha Arsíonoe II)

  • Sala VI (abriga pequenos objetos como talismãs, estatuetas de divindades, objetos litúrgicos entre outros)

  • Sala VIII (possui tabuletas, cilindros, selos e peças de metalurgia provenientes da Síria, Palestina e Mesopotâmia)

PINACOTECA VATICANA

A galeria para acervo de pinturas foi fundada em 1817, recuperando peças confiscadas por Napoleão, abriga quase 500 peças.

As obras ocupam 18 salas, com obras que vão desde o período gótico até o século XIX. Assinadas por Leonardo da Vinci, Rafael, Giotto, Caravaggio, Botticelli, Reni, Perugino, Ticiano, Melozzo da Forli, Poussin, Crespi, Veronese e Fra Angelico.

MUSEO MISSIONÁRIO-ETNOLÓGICO

Fundado em 12 de novembro de 1926, mas só em 1973 foi para seu local atual no Vaticano. Possui uma coleção de mais ou menos 80 mil peças. As obras estão organizado em dois grupos, um com objetos de várias religiões do mundo e outra com obras provenientes da evangelização.

MUSEO GREGORIANO PROFANO E MUSEU PIO CRISTÃO

O Museu Profano foi criado em 1844 com baixos-relevos e mosaicos da era romana. E 1854 sofreu uma ampliação para abrigar o Museu Pio Cristão, com um acervo de sarcófagos e estátuas paleocristãos. Com o tempo foi recebendo mais obras provenientes de escavações e também foi criado um Lapidário Hebreu, com uma pequena, mas significativa coleção de lápides e epígrafes de cemitérios hebreus de Roma.

COLEÇÃO DE ARTE RELIGIOSA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Instalada nos aposentos do Papa Alexandre VI, conhecidos como Apartamentos Borgia, abriga mais de 600 obras entre, pinturas, esculturas e gravuras.

SALAS DE RAFAEL OU STANZE DI RAFFALLO

As salas (ou stanze) de Rafael compreendem um grupo de quatro aposentos decoradas pelo próprio Rafael Sanzio e alguns auxiliares, a pedido do Papa Júlio II.

  • Sala de Constantino

  • Sala de Heliodoro

  • Sala da Segnatura

  • Sala do Fogo no Burgo

CAPELA SISTINA

Essa dispensa apresentação não é mesmo?! É a residência oficial do papa, foi construída entre 1475 e 1483, abriga um dos afrescos mais conhecidos do mundo e executados pelo mestre Michelangelo, a cena do Juízo Final, e obras de mestres como Botticelli, Ghirlandaio, Perugino, Pinturicchio entre outros.

GALERIA DOS MAPAS

Com um teto em abóboda de berço em estilo renascentista ricamente detalhado, essa galeria conta com 40 mapas imensos pintados em afresco nas paredes, representando a possessão da igreja no pontificado de Gregório XIII.

E como eu prometi no começo vou deixar aqui o link do Musei Vaticani, está em italiano mas são os nomes de cada museu é só escolher e mergulhar de cabeça nessa experiência.

Muito obrigada pela companhia, buon corsa, ciao a tutti :*

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