Museo della Mafia
- Nayane Veiga
- 8 de fev. de 2017
- 4 min de leitura
Uma parte significativamente grande da população mundial já viu ou ouviu falar de O Poderoso Chefão (The Godfather), a obra prima de Francis Coppola que retrata a vida de uma família de mafiosos em Nova York, pois bem, o que poucos sabem é que o conceito de máfia propriamente dito começou no sul da Itália na era medieval.

Vem comigo que eu explico, mas antes disso vistam seus melhores ternos, coloquem seus chapéus e peguem suas submetralhadora Tommy... Andiamo!

Os membros eram lavradores italianos arrendatários de terras de grandes senhores feudais, o plano era dividir essas terras, e com isso começaram a depredar as plantações e o gado e quem quisesse evitar os transtornos deveria fazer um acordo com a “máfia”. Desde então essa industria de proteção forçada se espalhou para todo o mundo, em especial para o EUA.
A palavra “máfia” foi tirada de um adjetivo siciliano mafiusu, que tem origem no árabe mahyas, que significa algo como “alarde agressivo, jactância” ou mesmo marfud, algo como “rejeitado”. Se tratando de um homem, mafiusu no século XIX significava alguém arrogante, destemido, ambíguo, orgulhoso, empreendedor de acordo com estudiosos.

De acordo com Giuseppe Pitrè etnógrafo, a associação da palavra com o grupo criminoso foi feita a primeira vez em 1863 na peça, I mafiusi di La Vicaria (O Belo Povo da Vicaria) de Giuseppe Rizzotto e Gaetano Mosca, que tratava de gangues criminosas na prisão de Palermo. As palavras Mafiusi e Máfia nunca foram citadas na peça, mas certamente o uso delas no titulo foi feito com o intuito de chamar atenção para ela.
Depois desse fato a associação do nome mafiusi e as gangues criminosa, que eram novidade na Sicilia e na Itália na época se efetivou. O uso do termo máfia foi mais tarde utilizado pelos relatório do governo italiano a respeito do fenômeno da organização criminosa. Ela apareceu oficialmente pela primeira vez em 1865 num relatório do prefeito de Palermo, Filippo Gualterio.

As organizações mafiosas mais conhecidas da Itália são três: Cosa nostra de origem siciliana; A Camorra, napolitana; e a ‘Ndrangheta, da Calábria. Porém hoje eu não vou me aprofundar nesse assunto, pois o tema aqui é o museu da máfia, outrora farei um post dedicado especialmente a essas organizações tão poderosas.

Isso mesmo, museu da Máfia, o pioneiro foi inaugurado na Sicilia em 2010 a ilha onde tudo começou é o berço do primeiro museu dedicado a máfia. Mas pera lá, quando eu digo ‘dedicado’ não quer dizer em momento algum que ele faz alusão que isso é uma coisa boa, pelo contrario ele tem como principal foco mostrar o quão obscura e cruel a máfia foi.
O museu se encontra em Salemi no noroeste da ilha, tratado por seus organizadores como um espaço “sensorial”, pretende contribuir ao combate do crime organizado. Ele permitira que policiais, acadêmicos e ao publico estudar profundamente todas as esferas do crime organizado mais famoso do mundo.

O Museu da Máfia - Leonardo Sciascia, uma homenagem ao romancista siciliano que ficou conhecido pelas suas rigorosas descrições da máfia, comporta várias salas com projeções e documentos relacionado a Cosa Nostra, o colosso mafioso que surgiu em meados do século XIX e que ganhou o mundo.

"O objetivo é o de fazer uma contribuição à luta contra a máfia, mas não de um modo retórico, mas tentando mostrar como funcionava a máfia. Além disso, queremos recriar os ambientes nos quais atuavam", afirmou em entrevista o diretor artístico do museu, Nicolas Ballario.

"Agora seguem existindo os mafiosos na Sicília, mas já não existe essa estrutura. Seguem atuando, seguem introduzindo-se entre os empresários, mas já não têm essa organização delitiva que tiveram no passado", afirma o diretor artístico do museu.

O museu conta ainda com objetos originais de apreensões policiais, oferece ao visitante um percurso sensorial por várias salas nas quais as projeções são autênticas e, com elas, os 150 anos de vida deste fenômeno criminoso. O ouvido, o olfato e a visão são chaves, como detalha Ballario, para entender o que este espaço mostra, entre outras coisas, dez cabines do tipo eleitoral nas quais serão abordados diferentes aspectos de Cosa Nostra, como a relação com a Igreja Católica durante o século XX.




Uma sala com a recriação de um cadáver "cimentado", método praticado por Cosa Nostra para apagar vestígios de seus inimigos; capas de jornais nas quais relatam seus massacres, e documentos sobre casos de mafiosos arrependidos que colaboraram com a Polícia completam a oferta do museu.


Tudo isso ocorreu quase simultaneamente com a realização dos atos de 150 anos da unificação territorial da Itália, que foi comemorada em 2011, basicamente o mesmo tempo que a máfia esteve presente na Sicília e do País.
Seria uma verdadeira maravilha explorar esse museu e conhecer de perto uma historia tão forte, tão presente como foi a máfia na Itália , estudar todos os aspectos com uma luz no centro dos fatos.
Por hoje é só miei amori, ciao a tutti.
Visite a Sicília, visite a Itália.

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